O uso de utensílios, recipientes e embalagens plásticas aumentou consideravelmente nas últimas décadas, sendo o emprego destes muito comum no armazenamento e preparo de diversos alimentos e bebidas. Seja pela praticidade ou pelo custo, esse tipo de embalagem tomou conta das cozinhas.
Todavia, no intuito de atribuir cor, flexibilidade e resistência a estes objetos plásticos, diversos compostos químicos são utilizados em sua fabricação. Dentre essas substâncias, o bisfenol A (BPA) e os ftalatos são as que mais se destacam e agem como toxinas no corpo humano.
Evidências científicas: o contato das embalagens com os alimentos libera substâncias tóxicas, que podem causar diversas complicações à saúde, sendo que a contaminação por via oral é maior do que pelo contato com a pele. Dentre outros malefícios, o contato com os ftalatos pode ser um fator de risco para diabetes e obesidade em qualquer faixa etária.
O BPA e os ftalatos estão presentes tanto em objetos plásticos quanto em revestimento interno de latas. Estas substâncias são capazes de passar para os alimentos e bebidas. Uma vez dentro do nosso organismo, podem agir como desreguladores de hormônios, ou seja, podem imitar a ação de hormônios naturais, atrapalhando suas funções em nossos órgãos, gerando diversas complicações, como mudanças sexuais (alterações no comportamento sexual, no desenvolvimento dos testículos, próstata e formação de esperma), puberdade precoce em mulheres e aumento dos riscos de câncer em órgãos sexuais (mamas, ovário, testículos e próstata).
Durante a gestação evitar o contato com o BPA é de fundamental importância. Isso porque se a mãe ingerir alimentos contaminados existe o aumento nos riscos de má formação do bebê. Crianças expostas a esta substância nociva, por meio de mamadeiras, chupetas ou outros utensílios de plástico também podem ser afetadas, prejudicando o desenvolvimento e crescimento.
Onde se encontram o BPA e os ftalatos nas embalagens plásticas?
- Acessórios plásticos infantis: mamadeiras, chupetas, copinhos, garrafas, potes, tigelas, pratos e talheres, mordedores, acessórios para esterilização e limpeza de mamadeiras.
- Produtos de higiene: embalagens de shampoo, condicionadores, sabonetes liquidos.
- Squeezes plásticos, garrafas pet e descartáveis em geral (copos, talheres, pratos).
- Revestimento plástico de embalagens tetrapak e de latas de conserva.
- Embalagens plásticas e potes para armazenar alimentos: vasilhas, talheres, pratos, xícaras e galões de água.
Condutas saudáveis
Atualmente, algumas empresas têm fabricado plásticos livres de BPA e ftalatos. Porém, alguns estudos científicos mostram que objetos plásticos livres de BPA ainda podem liberar alguma toxina quando expostos a fervura, luz solar ou aquecimento em forno micro-ondas.
- Substitua utensílios, recipientes e embalagens plásticas por aqueles que sejam de vidro, aço inox ou cerâmica.
- O aquecimento de alimentos em embalagens plásticas (principalmente em forno de micro-ondas) aumenta ainda mais a contaminação dos alimentos. Portanto, aqueça alimentos e bebidas somente em recipientes que sejam de vidro ou cerâmica.
- Nunca utilize objetos plásticos para a alimentação infantil, principalmente quando o responsável por segurar o objeto são os adultos. Quando a criança começar a manipular copos e talheres, opte pelas versões BPA free e principalmente pelos de silicone. Existem no mercado mamadeiras de vidro.
- Evite comprar alimentos que sejam comercializados em embalagens plásticas, especialmente alimentos ácidos (como molhos de tomate) ou que contenham óleos ou gorduras (como carnes em geral, óleos vegetais e azeite de oliva), pois o BPA e os ftalatos se ligam facilmente a estes alimentos.
- Evite a utilização de plástico filme, principalmente para cobrir alimentos quentes. O papel manteiga substitui perfeitamente o papel filme, com o benefício de não contaminar os alimentos com BPA e ftalatos.
- Evite o consumo de alimentos ou bebidas armazenados em embalagens tetrapak ou enlatados.
- Faça sempre as refeições em louças de porcelana, cerâmica ou vidro.